Plantas e animais – Relações de interdependência
Mais uma interessante partilha feita por um dos membros do grupo PNPGerês
Texto e fotografias partilhadas por Miguel Brandão Pimenta
“No mundo das plantas as sementes são os órgãos da perpetuação. Necessitam contudo de quem as liberte da planta-mãe, na altura certa, na maturação. E precisam também de um disseminador que as leve para áreas mais distantes por forma a criarem novos núcleos de povoamento.

No caso do teixo e para Albergaria – podíamos dar muitíssimos exemplos – os principais disseminadores são alguns dos mamíferos que habitam os carvalhais como a fuinha, a marta, a geneta, a raposa e muitas aves migradoras que por esta altura chegam à Reserva Biogenética. São animais capazes de transportar sementes a grandes distâncias depois de ingerirem os frutos podendo inclusive – através da influência das substancias quimícas no trato intestinal – aumentar a capacidade germinativa e em alguns casos promover a sua germinação antecipada.
Contudo, para que as aves e os mamíferos possam ingerir o fruto de uma espécie tão tóxica como teixo – a casca, as folhas e as raízes são venenosas – é necessário que haja um estímulo poderoso. Há muito que os animais da floresta aprenderam que o fruto do teixo não é venenoso. Mas é o aspecto apelativo do arilo, de tom escarlate, que serve de estímulo aos animais, uma caracteristica que o teixo desenvolveu ao longo de milhões de anos de evolução.

Enfim, uma relação de simbiose em que todos os organismos envolvidos só têm a ganhar. Os teixos fornecem alimento e os animais “agradecem” propagando-o pelos quatro cantos da floresta.”