Choque térmico

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Choque térmico – Muito cuidado!

O Parque Nacional nesta altura do ano é visitado por milhares e milhares de pessoas, que procuram os seus magníficos poços e fechas

Mais uma vez deixamos aqui o alerta que devem ter imenso cuidado e irem preparados para esses locais com calçado apropriado

Mas hoje vamos aproveitar um artigo da Visão Saúde para alertar as consequências de um choque térmico

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O que é um choque térmico e que consequências (graves) pode ter

“José Carlos Almeida Nunes, especialista em Medicina Interna no Hospital Lusíadas, em Lisboa, fala à VISÃO sobre o perigo dos choques térmicos no verão. E não, o risco não existe apenas quando se mergulha em água fria depois de ter passado muito tempo ao sol

Quando pensamos em choque térmico, associamos, normalmente, a combinação de excesso de calor ou exposição intensa ao sol com o contacto súbito com água fria. Mas o especialista em Medicina Interna José Carlos Almeida Nunes explica que este não é o único caso em que um choque térmico pode ocorrer: basta estar num ambiente quente/muito quente e, de forma brusca, passar a um ambiente muito frio, como entrar um espaço com o ar condicionado muito frio.

Um choque térmico normalmente não tem consequências graves, mas, sublinha o médico, pode tê-las.

“Como se sabe, o calor dilata as artérias e diminui a pressão arterial. Pelo contrário, o contacto brusco com um ambiente muito frio vai provocar uma vasoconstrição brusca, subida da pressão arterial e, em pessoas idosas com problemas cardíacos, a mudança súbita para um ambiente frio pode desencadear uma crise de angina de peito, uma subida perigosa da pressão arterial e tendência para arritmias no coração”, explica.

As crianças, também são um grupo de risco nestas situações, assim como os asmáticos e as pessoas com doença respiratória crónica.

Uma forma de evitar o choque térmico? Ser cuidadoso: “antes de mergulhar de cabeça numa água muito fria, e especialmente se esteve deitado na sua toalha de praia sob um sol intenso, entre na água de forma progressiva. Primeiro até aos joelhos, depois refresque braços e cabeça, isto durante alguns minutos e então sim, está mais preparado para, sendo um individuo com risco cardiovascular, entrar totalmente na água e desfrutar de forma segura.”

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UM EFEITO POUCO CONHECIDO

O choque térmico pelo frio, pode também provocar uma paralisia periférica do nervo facial, chamada paralisia de Bell.

“O indivíduo fica com a boca descaída dum lado e o olho desse mesmo lado com dificuldade em fechar, consequência de as pálpebras perderem subitamente a força muscular”, segundo José Carlos Almeida Nunes. “Pode ser o pânico! A pessoa vê-se ao espelho e pensa estar a fazer um AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas não!”, acrescenta.

O especialista explica que o braço e a perna não perderam a força, “foi o choque térmico pelo frio que lesou (paralisou), o seu nervo facial, não houve portanto qualquer lesão no cérebro”.

ALGUNS EXEMPLOS FATAIS

José Carlos Almeida Nunes deixa ainda alguns exemplos de choque térmico com final que pode ser dramático:

– Uma criança pequena fica dentro dum carro com os vidros fechados num ambiente quente e com o carro exposto ao sol. A mãe ou o pai, foram fazer uma compra já ali… a cada 5 minutos que passam, a temperatura dentro do veículo sobe cerca de 10º celsius o que, juntamente com a diminuição de oxigénio, torna o ambiente dentro do habitáculo muito perigoso, podendo matar em cerca de trinta minutos!”

– Outra situação não rara: dia de muito calor, o condutor do veículo, aciona o ar condicionado para temperaturas extremamente baixas, conduz de vidros fechados nestas condições durante tempo prolongado. Finalmente, chegado ao destino, sai para a rua e apanha literalmente uma súbita e intensa baforada de calor. Passa de 18 para 38º celsius! A dilatação intensa dos vasos sanguíneos, provocada pelo calor determina uma baixa rápida e acentuada da pressão arterial, uma chamada de sangue à pele e aos tecidos subcutâneos, com roubo de sangue e oxigénio a órgãos vitais como o cérebro e coração. Na pessoa com doença cardíaca prévia pode haver crise de angina de peito/enfarte ou até AVC por baixa súbita da irrigação cerebral. “Nesta situação em concreto deve haver o bom senso de não utilizar o ar condicionado em arrefecimento/aquecimento extremos, de modo a evitar se esta mudança tão brusca da nossa exposição a temperaturas extremas e opostas”, pede o especialista. “Pare o carro quando chegar ao destino, abra o vidro deixe o ar do habitáculo misturar-se um pouco com o ar exterior e saia devagar”.

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O PERIGO DE “INTERMAÇÃO”

A exposição excessiva ao calor com falta de hidratação pode levar à intermação, que é uma forma de choque térmico grave, podendo não tratado prontamente levar à morte! Os recém-nascidos, os idosos, os doentes cardio-pulmonares graves e aqueles com perturbações neurológicas são os mais suscetíveis. Normalmente, nestes casos, a temperatura corporal anda à volta de 40º, há rapidamente alterações do estado mental, com alteração da consciência, sonolência e mesmo coma. As convulsões são frequentes.

“Uma das causas desta intermação são os esforços físicos violentos ao calor, caso de atletas de fundo/militares, sendo a desidratação um fator importantíssimo na génese destas situações”, explica.

O que fazer?

– Como em todas as situações de choque térmico pelo calor, refere o médico, o individuo deve ser posto imediatamente num local à sombra, fresco, arejado e, se, possível arrefecido;

– O arrefecimento em água fria, pode ajudar, ou, no mínimo, colocar um lençol com água fria na pele;

– O resfriamento por evaporação é útil salpicando o sinistrado com água morna ( melhor do que água fria), num espaço ventilado;

– Administração imediata líquidos de imediato, embora muitas vezes, nesta situação extrema, seja preciso recorrer a líquidos intravenosos (soros).”

Traga consigo o lixo que fez durante o percurso e coloque-o num local adequado

Evite fazer os trilhos sozinho(a), especialmente em zonas calcárias (onde há cavidades) ou em áreas de montanha. Cuide de si! Antes de iniciar qualquer percurso, mesmo simples, avise alguém conhecido ou alguma entidade acerca do local da sua partida e do seu regresso. Assim, em caso de emergência, saberão onde socorrê-lo(a).

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PNP Gerês

Tome precauções especiais quando caminha em zonas húmidas e rochosas, para evitar quedas, e não pratique atos que possam colocar em risco a sua segurança e a dos outros. Não saia dos percursos/trilhos e caminhos existentes